segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Filha gerada no coração.

Anita Santana, nascida em Salvador, Bahia, passou boa parte de sua adolescência projetando uma vida feliz, casada com o tão sonhado príncipe encantado.
Na época, só filho de rico ia pra faculdade, como ela não tinha condições de ir, terminou o ensino médio, formada em Magistério, e foi trabalhar para crescer e ser alguém na vida, mas a vontade de constituir uma família persistia.
Surgiram alguns garotos, alguns namoros, paixões avassaladoras, e um amor que talvez seja eterno, mas não houve o sonhado casamento, nem os filhos queridos.
A moça tinha garra e não desistiu de seu sonho, pesquisou com muita dificuldade sobre adoção, pois a época era outra e o assunto era tabu, e conseguiu uma família que não queria sua filha que chegaria.
Nossa! Pensou ela, como pode alguém não querer uma criança, um serzinho tão inocente?!
Nasce então Carla, uma criança sadia, alegre, que chegou para preencher a vida de Anita.
A menina teve sempre a melhor educação que Anita pode pagar, teve os melhores médicos, os melhores brinquedos que estavam ao seu alcance.
Hoje, Carla aos 24 anos, é feliz, formada em psicologia, trabalhando, namorando e sabe que é adotada, e Anita aos 66 anos, aposentada, vive viajando, curtindo a vida, feliz e realizada.
A garra dela me emociona. Aqui do meu canto, fico meditando sobre os motivos que a levaram a adotar numa época em que o assunto não era tão falado. O que leva um ser humano bem sucedido a criar uma criança que não foi gerada em seu ventre?
Ora, dirão os entendidos, é muito querer ter filhos pra poder criar um que não é seu.
Mas o que há de louvável é o seu exemplo, uma lição de luta de uma mulher solteira adotar uma criança há alguns anos atrás, onde havia certo preconceito.


Julia Daiane

Um comentário:

  1. O texto acima é uma crônica, a qual conta a história de uma adoção bem sucedida, e que é exemplo para muitos..

    Isabela Machado

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